No STF, OAB ressalta histórico de novo ministro em defesa das prerrogativas da advocacia

A posse do advogado Cristiano Zanin como novo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quinta-feira (3/8), contou com o apoio e a presença da OAB Nacional. O presidente do Conselho Federal da OAB, Beto Simonetti, participou da solenidade.

“O ministro Cristiano Zanin sempre defendeu o Estado Democrático de Direito, os direitos e garantias individuais e as prerrogativas da advocacia. Seu histórico de respeito e lealdade à Constituição nos permite projetar uma atuação serena e que contribuirá para o aperfeiçoamento do Sistema de Justiça. A OAB deseja sucesso ao ministro", disse Beto Simonetti.

Zanin foi conduzido ao plenário pelos ministros Gilmar Mendes, o mais antigo do STF, e André Mendonça, o mais novo. Em seguida, fez o juramento de cumprir a Constituição e assinou, junto à presidente da Corte, ministra Rosa Weber, o Termo de Posse. 

Indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o novo ministro teve seu nome aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado Federal, em junho deste ano, e passa a ocupar a cadeira deixada por Ricardo Lewandowski, que se aposentou em abril. 

A solenidade recebeu centenas de convidados, entre magistrados, advogados, embaixadores, diplomatas e outras autoridades da esfera nacional.

Histórico

Cristiano Zanin é formado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e especialista em Direito Processual e Empresarial. Em sua trajetória profissional, atuou em mais de cem processos no STF. Ele também lecionou Direito Civil e Direito Processual na Faculdade Autônoma de Direito (Fadisp), em São Paulo. 

Zanin ainda atuou no Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) e é um dos autores do livro Lawfare: uma introdução (2019). Em 2018, fundou o Instituto Lawfare, para produção de conteúdo sobre o tema e análises de casos concretos.

Comissão da OAB sugere ações ao governo federal para combate a violações de direitos em presídios

A Comissão Nacional de Direitos Humanos (CNDH) realizou visita institucional à Secretaria Nacional de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos (SNDH), órgão ligado ao Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, para tratar da situação do sistema prisional no país. O objetivo do encontro, ocorrido na quarta-feira (2/8), foi uma troca de ideias e sugestões para o enfrentamento da tortura e de demais violações de direitos da população carcerária.

Participaram da reunião a presidente da CNDH, Silvia Souza; a secretária nacional de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos, Isadora Brandão; e a coordenadora geral de Prevenção e Combate à Tortura, Fernanda Oliveira.

Entre as sugestões encaminhadas por Silvia Souza à pasta, está a instalação, em todos o país, de comitês e mecanismos de prevenção e combate à tortura, em obediência ao disposto na Lei 12.847/2013. Hoje, apenas cinco estados têm essa estrutura. 

“É necessária a estruturação dos comitês estaduais e distrital de prevenção e combate à tortura, bem como dos mecanismos estaduais e distrital de prevenção e combate à tortura, garantindo autonomia financeira e funcional dos peritos”, afirmou a presidente da CNDH. “Isso deve ser feito começando pelos estados em que se tem maior índice de denúncias”, completou.

A presidente da CNDH relatou que a comissão tem recebido denúncias nos últimos meses de violações graves em presídios nos estados do Ceará, Rio Grande do Norte e Pará.

Sistema Nacional

O Sistema Nacional de Prevenção e Combate à Tortura é composto pelo Comitê Nacional de Prevenção e Combate à Tortura e pelo Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura. Integram o Comitê entidades da sociedade civil e representantes do governo. O Comitê é responsável pela elaboração da Política de Prevenção e Combate à Tortura. 

Quem executa a política é o Mecanismo, que é formado pelos peritos, profissionais selecionados por edital público com expertise para realizar inspeções nas unidades de privação de liberdade ou nos estabelecimentos de longa permanência, como asilos e orfanatos, entre outros.

O ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio de Almeida, anunciou na última semana a realização de caravanas ao sistema prisional a fim de verificar violações de direitos humanos.

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Presidente nacional ressalta importância das novas tecnologias na 8ª Conferência Estadual na BA

A 8ª edição da Conferência Estadual da Advocacia Baiana começou na quarta-feira (2/8), em Salvador (BA), e o presidente do Conselho Federal da OAB, Beto Simonetti, fez a abertura do evento promovido pela seccional baiana. Na ocasião, ele falou sobre transformação tecnológica na carreira, legalidade e inclusão. 

“Esta Conferência Estadual traz a marca da conjuntura atual de todo o Sistema OAB: interiorização, proteção das prerrogativas da advocacia, qualificação profissional, defesa da democracia e integração da classe. A estratégia-chave da Ordem é promover espaços democráticos e inclusivos como esta Conferência, nos quais todas as vozes, independentemente da região, tenham igual força e audiência”, declarou Simonetti.

Sobre o tema do encontro, “Novas tecnologias, advocacia e sua essencialidade no Estado Democrático de Direito”, ele afirmou que é uma questão urgente para todos os profissionais da área. “A relação entre as novas tecnologias, a advocacia e o Estado Democrático de Direito está na ordem do dia do debate para os operadores do Direito.”

O vice-presidente do Conselho Federal, Rafael Horn, e o diretor-tesoureiro, Leonardo Campos, participaram da cerimônia. 

“O tema escolhido para este encontro é de fundamental importância para o presente e para o futuro da nossa profissão e, consequentemente, para a sociedade. As tecnologias têm moldado o mundo de maneira acelerada, e a advocacia não pode ficar à margem dessas transformações, por isso, a adaptação e a compreensão dessas inovações são essenciais para o exercício eficiente da advocacia”, disse Horn.

De acordo com Leonardo Campos, o encontro é uma excelente oportunidade para a troca de experiências sobre assuntos com os quais advogados e advogadas lidam cotidianamente. “Em tempos em que a informação circula instantaneamente e as barreiras geográficas são reduzidas, é imprescindível que estejamos preparados para enfrentar todas as demandas e assegurar a boa prestação jurisdicional. Por isso, esses debates são tão importantes.”

Sobre o uso da inteligência artificial pela advocacia, a presidente da seccional baiana, Daniela Borges, explicou que “a tecnologia tem que estar a serviço do ser humano”. Ao complementar, ela disse que “é importante frisar que a essencialidade da advocacia no Estado Democrático Direito vai além da simples aplicação das novas tecnologias. A nossa função transcende o uso de ferramentas e se alicerça na defesa intransigente dos direitos e garantias fundamentais de cada cidadão”. 

Debates

Durante os próximos dois dias, até 4 de agosto, cerca de dois mil participantes assistirão a 60 painéis sobre temas do direito relacionados ao tópico “Novas tecnologias, advocacia e sua essencialidade no Estado Democrático de Direito”. Clique aqui e confira a programação. 

Além dos desafios trazidos pela inteligência artificial ao exercício profissional, especialmente questões éticas, de privacidade e segurança, o público também vai acompanhar discussões de pautas como a Reforma Tributária.

Estavam presentes, ainda, a vice-presidente da OAB-BA e diretora científica do evento, Christianne Gurgel; o juiz, professor da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e membro da Academia Brasileira de Direito Civil, Pablo Stolze; e a advogada, ex-procuradora-geral do estado de Minas Gerais e do município de Belo Horizonte e conselheira federal da OAB, Misabel Derzi.

Com informações da OAB-BA

 

 


OAB qualifica estruturas e aposta em novas tecnologias

Ultrapassar os limites das capitais e levar a presença da OAB a advogados e advogadas de todo o país é uma das prioridades da atual gestão do Conselho Federal da OAB. Neste Mês da Advocacia, a Ordem relembra o trabalho desenvolvido pela Coordenação Nacional de Interiorização da Advocacia, que, em menos de um ano e meio, realizou cerca de 200 inaugurações e reinaugurações de subseções e salas de trabalho pelo Brasil. 

“O Plano Nacional de Interiorização busca resgatar essa dívida que temos com os colegas do interior do Brasil, implementando a estrutura física e tecnológica mínima para que o profissional consiga trabalhar”, esclarece Beto Simonetti. De acordo com o presidente, equalizar as diferentes realidades da advocacia em um país com as dimensões do Brasil é um desafio histórico para a entidade.

Criada em fevereiro de 2022, a Coordenação de Interiorização, conduzida pelo advogado paraibano João de Deus Quirino Filho, tem como principal objetivo levar a sensação de pertencimento e acolhimento, além de estrutura física qualificada para que profissionais de todas as regiões possam trabalhar de forma mais digna. Hoje, de um total de 1,3 milhão de profissionais na Ordem, 50,4% deles estão no interior.

“Existem diversos Brasis dentro de um só, com seccionais bem estruturadas e outras com poucas condições. Por isso, a OAB tem tentado chegar junto de todas elas para ser aquela amiga, aquela Ordem que também olha para quem está no interior. E é essa a marca que o presidente Beto Simonetti quer deixar: a de acabar com o advogado de primeira, de segunda categoria, o advogado do interior e o da capital. Na verdade, nós somos uma única Ordem, e ela precisa ser vista e tratada assim”, conclui o coordenador João de Deus.

Segundo ele, tal entendimento coincidia com o de Beto Simonetti. Manauara, o presidente nacional conheceu na prática a realidade das regiões do interior do estado e a dificuldade enfrentada pelos advogados pela falta de estrutura. Não são raras as viagens de barco que levam dias para que os representantes possam visitar seus clientes no Amazonas.

Raio-X

Quando foi criada a Coordenação, a OAB montou a estrutura necessária para o desafio que estava pela frente. Além de recursos materiais e humanos, foi realizado um diagnóstico de toda a advocacia nacional para que fossem identificados os locais que mais precisavam de auxílio. A pasta é composta pelo coordenador nacional, cinco coordenadoras-adjuntas e 27 coordenadores regionais de interiorização, sendo um em cada estado.

“Em cada seccional, fizemos um questionário para termos um raio-X da estrutura do Brasil. Há seccionais em boas condições, mas outras que estão em situação muito difícil, então nós colhemos esses tipos de dados para embasar ações dirigidas e concretas”, explica o Quirino Filho.

O resultado do trabalho é visível. Já foram contabilizadas até agora 47 inaugurações e revitalizações de subseções, além da criação e revitalização de 147 salas de trabalho. Atualmente, a OAB possui 1.135 subseções e tem como meta aumentar o número de sedes e salas de advogados em tribunais e delegacias.

Kits de informática e georreferenciamento

Para reduzir distâncias e levar mais agilidade ao trabalho de advogados e advogadas, em 3 de março deste ano, no momento em que eram inauguradas simultaneamente duas subseções, em Sinop (MT) e em Xinguara (PA), foi entregue o primeiro lote de kits de informática para o interior. Ao todo, foram entregues 500 kits e, em agosto, será fornecido o segundo lote, totalizando mil kits de informática. 

Cada conjunto é composto por computador, webcam e outras ferramentas necessárias para que os advogados acompanhem audiências, sustentações orais e reuniões on-line. 

Outro projeto multidisciplinar em andamento é a alteração do aplicativo da OAB, para que seja incluído um recurso de georreferenciamento de todas as subseções e salas de advogados brasileiras. Assim, os inscritos na Ordem poderão ter acesso rápido a essas localidades, bem como os serviços oferecidos e os horários de funcionamento de cada uma, mesmo que estejam em outros estados.

Segundo o coordenador de Interiorização, está sendo desenvolvida, ainda, uma ação junto ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para que o certificado digital em nuvem seja aceito em todos os tribunais. A ideia é ter condições de dar à advocacia nacional, especialmente para quem está no interior, uma quantidade razoável de certificações até o ano que vem, sem precisar de um token. Vale lembrar que o certificado digital garante segurança em transações pela internet e opera como uma credencial para a avaliação e autenticação de documentos.

Capacitação

A Coordenação Nacional de Interiorização da Advocacia desenvolve, também, uma parceria com a Escola Superior de Advocacia Nacional (ESA) para o oferecimento de cursos presenciais e à distância. Para a OAB, a ideia é que o advogado possa ser capacitado onde estiver e com máxima qualidade. Até o momento, já foram entregues dois combos de formação, totalizando 15 treinamentos gratuitos na plataforma de ensino da Escola.

Em mais uma parceria com a ESA, foi realizado, em maio, o 1º Seminário de Interiorização Jurídica da Escola Superior de Advocacia Nacional - Expansão e Desenvolvimento do Conhecimento Jurídico, em Santarém (PA). O objetivo da ação, que terá continuidade em outras localidades, é a promoção da capacitação continuada e a atualização jurídica da advocacia interiorana. Os próximos destinos serão as cidades de Juazeiro do Norte (CE) e Anápolis (GO).