Arquivos Mensais:agosto 2020
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Veruska de Góis: O STF contra o STF
Cidade de SC deverá assumir administração de cemitérios
Democracia, watchdogs e a necessidade de constrangimentos
Gasparini, Nogueira de Lima e Barbosa Advogados tem novas sócias
Agenda de webinários: acompanhe debates na internet
LGPD coloca Brasil na vanguarda do tratamento de dados
Breno de Paula: A nova CBS é inconstitucional
Indenização por greve de banco é competência da Justiça comum
“ESA ao Vivo” realiza lives internacionais sobre perfil profissional e advocacia colaborativa
A Escola Superior de Advocacia Nacional (ESA Nacional) promoverá, neste mês de agosto, mais duas lives internacionais com grandes juristas e acadêmicos renomados, por meio do projeto “ESA ao Vivo”. A primeira delas ocorre na próxima segunda-feira (10), às 11h, para debater sobre “Como definir o perfil profissional do (a) advogado (a)”. O evento terá a participação da reitora assistente da Fordham School of Law, Toni Jaeger-Fine, e da Juíza Federal, coordenadora e professora do Instituto New Law, Isabela Ferrari.
Já no dia 20 de agosto, às 11h, será a vez de discutir sobre “Advocacia colaborativa: estratégias de liderança para enfrentar a crise”, com a participação de Heidi Gardner, PhD e professora da Harvard Law School, e Bruno Barata, especialista em liderança pela Harvard Law School e secretário da Comissão Nacional de Relações Internacionais da OAB Nacional.
As transmissões serão realizadas no Instagram oficial da ESA Nacional (@esanacional), sempre às 11h (horário de Brasília), e contarão com tradução simultânea. O projeto “ESA ao Vivo” oferece conteúdo de qualidade em um formato descontraído e traz temas relevantes com interesse prático para toda a advocacia.
OAB pede ao CNJ uniformização das audiências de instrução na 1ª instância
A OAB Nacional encaminhou, nesta sexta-feira (7), ofício ao presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Dias Toffoli, em que solicita que as audiências de instrução sejam realizadas virtualmente apenas mediante concordâncias das partes e seus advogados e que as testemunhas sejam ouvidas exclusivamente nas dependências dos foros. O pedido contempla sugestão enviada pela OAB-RS, tratando de questão no âmbito do Poder Judiciário em 1ª instância, e visa a complementar manifestação anterior da Ordem com o objetivo de aprimorar as práticas virtuais adotadas no contexto da pandemia.
“A pandemia tem trazido inúmeros novos desafios em diferentes áreas. A advocacia tem muito a contribuir para o aperfeiçoamento do sistema judiciário com base no seu conhecimento prático das situações que envolvem o processo de fazer a roda da Justiça girar adequadamente. Dentro da lógica de respeito às prerrogativas, do devido processo legal, da defesa dos interesses da cidadania, da preservação da vida e do funcionamento da nossa sociedade. Agregar mais essa sugestão é parte dessa dinâmica. Nossos pleitos ao CNJ sistematizam diversas lutas da categoria e nesse caso, com a indispensável uniformização dos julgamentos virtuais nos tribunais brasileiros, algo que beneficia a toda a sociedade”, afirmou o secretário-geral da OAB Nacional José Alberto Simonetti.
A Ordem entende que a medida certamente contribuirá de forma expressiva para aperfeiçoar o sistema de justiça e garantir a rigorosa observância das garantias processuais no atual contexto de pandemia, com especial atenção para as peculiaridades dos trâmites no primeiro grau de jurisdição.
"A necessária e defendida continuidade da prestação jurisdicional não pode se dar em detrimento das garantias procedimentais exigidas em um modelo processual que se pretenda justo e democrático. Considerando particularmente o cenário da jurisdição em primeiro grau, é preciso atentar para situações que impedem a cidadania, por meio da advocacia, de acessar ou utilizar as tecnologias necessárias à prática dos atos processuais. Entre os obstáculos,destaca-se a ausência e indisponibilidade de meios para acesso às ferramentas virtuais empregadas para a realização de audiências de instrução e julgamento, com a oitiva de partes e testemunhas por videoconferência, o que inviabiliza o acesso pleno à justiça", diz o ofício.
No dia 21 de maio, a OAB Nacional já havia encaminhado ofício ao presidente do CNJ para solicitar a retomada facultativa das audiências de instrução e aquelas que demandassem oitiva de partes e testemunhas, quando houvesse concordância de todos e dos interessados na segurança da produção da prova. O documento sugeriu ainda que fossem suspensas as audiências de instrução que não preenchessem tal requisito, ante a impossibilidade de realização do ato pela via virtual com as garantias que a lei estabelece.
OAB promove webinar para debater institucionalidade e prerrogativas da advocacia pública
A Comissão Nacional de Advocacia Pública da OAB Nacional realizará, na próxima quarta-feira, dia 12 de agosto, o webinar “OAB Convida a Advocacia Pública: Institucionalidade e Prerrogativas na Atualidade”. O evento ocorrerá em plataforma digital (Zoom) e será transmitido em tempo real para o Youtube e Instagram da OAB Nacional, das 9h às 16h.
O debate virtual reunirá diretores e presidentes de comissões da OAB Nacional e representantes de órgãos representativos da advocacia pública, como entidades de procuradores e advogados públicos municipais, estaduais e federais. Não será necessário realizar inscrição para acompanhar os debates. Basta acessar os canais da OAB Nacional no Youtube e no Instagram no dia e horário do evento.
Santa Cruz e Cármen Lúcia pedem fim do preconceito de gênero ao abrirem evento da OAB
O presidente nacional da OAB, Felipe Santa Cruz, participou da abertura do webinar “Mulheres no Sistema de Justiça”, debate virtual realizado pela Comissão Nacional da Mulher Advogada da OAB, nesta sexta-feira (7). Ele falou sobre a necessidade do combate ao preconceito na advocacia, na justiça e na sociedade, bem como da importância da continuidade do ingresso de cada vez mais mulheres nos quadros institucionais do Sistema OAB.
“A luta das mulheres tem sido encarada com muita seriedade na OAB, assim como todas as demais questões relativas ao modelo de representação da cultura brasileira. Faço referência aqui ao racismo e ao machismo. A OAB tem obrigação de permanecer na vanguarda da luta por essas bandeiras, é um dever institucional. Há uma ampliação, nos últimos anos, da presença da mulher no corpo institucional da OAB, mas ainda temos um longo caminho a percorrer. A carreira pública abre o caminho para as mulheres jogarem com as mesmas armas, mas na privada o preconceito é subterrâneo, escondido, se camufla atrás de códigos. Porém, mesmo vagarosamente, nossa cultura vem mudando, dando passos importantes para reverter esse quadro de desigualdades. Nos meses que ainda tenho pela frente na presidência da Ordem, serei um entusiasta da luta pela equidade”, disse Santa Cruz em seu pronunciamento.
A palestra de abertura do webinar foi proferida pela ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, que falou sobre a Política Nacional de Incentivo à Participação Feminina no Poder Judiciário, elencada na Resolução 255/2018 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A magistrada elencou três itens como fundamentais para efetivar a presença feminina na justiça: democracia, dignidade e igualdade.
“Não é importante que alguém seja feliz em sua essência quando é, por puro preconceito, desigualado em seus direitos. A referência histórica nos mostra que a questão da mulher ser uma não-política, uma não participante, foi uma escolha da civilização judaico-cristã e também da islâmica. E hoje muito pouco mudou. Uma mulher que adote uma posição mais rigorosa no âmbito da advocacia, da magistratura ou do Ministério Público será tida como histérica, enquanto o homem será tido como afirmativo. Se o homem chora em público, é sensível; já a mulher, é insegura. Eu falo de cátedra: não é simples e não é fácil combater, mas é um dever do qual não se pode abdicar,”, afirmou Cármen.
Para a ministra, é triste – mas necessário – lembrar que o dia 7 de agosto marca aniversário de promulgação da Lei Maria da Penha. “Se por um lado essa legislação marca uma forte condução na sociedade e no sistema de Justiça, por outro expõe uma realidade horrível. Ainda há muito em termos de interpretação legal para que a gente supere, enquanto sociedade, essa perversidade que é a violência contra a mulher. Neste dia também temos a tristeza de atingirmos a marca de mais de 100 mil mortos pela ação virulenta da pandemia”, lamentou.
Cármen Lúcia falou que os cinco meses de isolamento social elevaram em mais de 30% os casos notificados de violência doméstica. “Neste sentido, o CNJ, a OAB e a Associação de Magistrados Brasileiros lançaram campanha conjunta para que a mulher possa marcar a mão com um batom, por exemplo, chegar a uma farmácia e se fazer entender como alguém que já não pode sequer gritar sua dor dentro de casa. Essa dor não é só dela, pois cada mulher sente a bofetada, a agressão que atinge a outra”, disse em referência à campanha Sinal Vermelho.
Também participaram da abertura do evento a presidente da Comissão Nacional da Mulher Advogada da OAB, Daniela Borges; a vice-presidente da comissão, Alice Bianchini; a secretária-geral adjunta da comissão, Marisa Gaudio; a conselheira federal decana e Medalha Rui Barbosa, Cléa Carpi; a presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Maria Cristina Peduzzi; a vice-presidente da OAB-MG, Helena Delamonica; a conselheira federal Claudia Sabino (AC); e a presidente da Associação Brasileira de Mulheres de Carreiras Jurídicas, Manoela Gonçalves.