Arquivos Mensais:setembro 2019
Bretas concorda em devolver R$ 8,4 milhões do BRT à cidade do Rio
OAB e entidades vão a ONU contra retrocessos nas políticas para lidar com desaparecimentos
A OAB Nacional encaminhou nesta terça-feira (10) ao Grupo de Trabalho sobre Desaparecimentos Forçados ou Involuntários da Organização das Nações Unidas (ONU) ofício pedindo o monitoramento de políticas atuais do governo federal sobre desaparecidos durante a ditadura militar, que vigorou no país de 1964 a 1985. O documento é subscrito pelo Instituto Vladimir Herzog, Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Comissão Arns e o pelo Instituto Ethos. O ofício chama a atenção da entidade para os “visíveis retrocessos nas políticas públicas do Estado brasileiro para o enfrentamento das questões envolvendo os desaparecimentos”.
O documento assinado pela OAB (confira aqui a íntegra) aponta que o parlamento brasileiro ratificou em 2010 a participação do país na Convenção Internacional para a Proteção de Todas as Pessoas contra o Desaparecimento Forçado adotada pela ONU em 2006. A adesão foi promulgada pelo decreto presidencial de nº 8.767, de 11 de maio de 2016. Junto ao ofício, foi anexado o relatório final da presidência da Comissão Especial Sobre Mortos e Desaparecidos Políticos exercida entre os anos de 2014 e 2019.
“Enfrentar os desaparecimentos forçados, ocorridos em momentos pretéritos ou presentes, constitui obrigação de qualquer país que se queira democrático. No Brasil, durante o regime ditatorial, o desaparecimento forçado praticado por agentes do Estado inseria-se em uma política de terror e morte, que deixou marcas profundas nos familiares das vítimas de tais práticas e na sociedade. A não punição dos autores desses crimes fez com que a prática não fosse interrompida após a transição para a democracia, sendo frequentes os casos de sequestro, tortura, assassinato e ocultação de cadáveres perpetrados por agentes do Estado ainda hoje”, diz o ofício.
O documento chama a atenção para a exoneração sumaria da procuradora regional da República Eugênia Gonzaga, de seu cargo de presidente da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP) e a substituição de outros três conselheiros do colegiado por militares e integrantes do partido político do presidente, “evidenciando clara ingerência do governo em um órgão de Estado cuja constituição deve incluir representantes de distintos setores do poder democrático e da sociedade civil”. “A indicação de militares com histórico de declarações favoráveis à ditadura militar explicita a grave inadequação da escolha”, aponta o ofício.
A Ordem e as entidades que subscrevem a petição chamam a atenção ainda para o estado de instabilidade jurídica em que foram colocados o Grupo de Trabalho Perus e Grupo de Trabalho Araguaia, entre outros conselhos e órgãos colegiados.
STF tenta conciliação em impasse entre Judiciário e Executivo do RS
Para pressionar investigado, “lava jato” fez ação contra filha dele
Criança não precisa de autorização judicial para viagens nacionais
TJ-SP suspende entrada gratuita em cinema para idosos no interior
MPF e DPU questionam norma que proíbe escolha de plano de parto
PSL questiona dispositivo que criminaliza denunciação caluniosa
STJ aprova proposta de criação do TRF da 6ª Região
Prisão por condenação penal justifica não pagamento de pensão
OAB ratifica defesa da advocacia pública em encontro de presidentes na seccional paulista
Discussões em torno do aprimoramento e da defesa da advocacia pública pautaram o primeiro encontro de presidentes das comissões e de representantes da categoria, promovido pela OAB Nacional em conjunto com a OAB São Paulo e outras seccionais na segunda-feira (9). Realizado na sede institucional da seccional paulista, o evento tratou de temas caros aos advogados públicos, como prerrogativas profissionais, equilíbrio federativo e honorários sucumbenciais. Entrou no debate o trabalho realizado pelo Conselho Federal nas ações movidas pela Procuradoria-Geral da República, no Supremo Tribunal Federal, questionando o pagamento de honorários. A reunião resultou na elaboração da Carta de São Paulo, que pode ser lida na íntegra abaixo.
Na abertura dos trabalhos, o presidente da OAB-SP, Caio Augusto Silva dos Santos, acentuou a valorização da advocacia pública no cumprimento de suas funções, como órgão fiscalizador e de controle jurídico dos Estados. O líder da advocacia paulista também avaliou sua importância na atuação em diversos assuntos tais como saúde, licitações, políticas públicas e combate à corrupção. “Haverá espaços para que o governo possa ter os seus encaminhamentos, com suas funções de assessoria, o que é legítimo no nosso sistema constitucional. Mas jamais poderá pretender fazer com que as procuradorias, que servem ao cidadão, se curvem a qualquer vontade individual dos políticos de plantão”, pontuou.
O presidente da Comissão Nacional de Advocacia Pública, Marcello Terto e Silva, ressaltou que a advocacia pública está ganhando território. Para embasar sua argumentação, destacou que não existia Comissão temática em várias seccionais. “Hoje, há esse cuidado, de ter comissão específica, por parte da Ordem, o que permite maior identificação com a entidade”, disse. Em sua avaliação, a Lei Orgânica Nacional da Advocacia Pública é o Estatuto da OAB, de onde se preserva a independência profissional. “É de onde se extrai toda essa força que a advocacia pública tem para orientar as políticas públicas em favor do bem da sociedade e da cidadania”, avaliou.
Artilharia pesada
A presidente do grupo de trabalho da OAB-SP, Patrícia Helena Massa, acrescentou que o ponto crucial do encontro se deu em razão do que chamou de “artilharia pesada” que está sendo lançada contra os profissionais que atuam na área. A advogada enfatizou que, sem receber, não há advogado que sobreviva. “Esse ataque, de retirada dos honorários advocatícios, é uma tentativa de nos enfraquecer”, apontou, direcionando para as Ações Diretas de Inconstitucionalidade ajuizadas pela Procuradoria-Geral da República no STF. Nas ADIs, a Procuradoria-Geral alega que “pagamento de honorários de sucumbência representa remuneração adicional pelo trabalho ordinário já realizado por esses servidores”.
Presidente do Colégio Nacional de Procuradores-Gerais, Rodrigo Maia Rocha, defendeu o fortalecimento institucional como possibilidade de gerar novas oportunidades. Em sua avaliação, o momento exige atuações de forma ordenada para resistir às tentativas de enfraquecimento das instituições públicas, ressaltando as dificuldades adicionais enfrentadas pelos advogados: “Não temos o mesmo apelo popular de outras carreiras, como Ministério Público e Defensoria”.
Para o presidente da Associação dos Procuradores do Estado de São Paulo, Marcos Nusdeo, é preciso encontrar um modelo de distribuição mais adequado, uma vez que os municípios e estados tratam as verbas honorárias de formas desiguais. “A questão só pode ser tratada por lei e aí depende dos governadores e prefeitos”, afirmou.
A mesa de trabalhos foi composta ainda por Cláudio Henrique Ribeiro Dias, procurador do Estado de São Paulo; Marcelino Rodrigues, presidente da Associação Nacional da Advocacia Pública Federal; Telmo Lemos Filho, presidente da Associação Nacional do Estado e Distrito Federal (Anape), Cristiano Reis Giuliani, presidente da Associação Nacional dos Procuradores Municipais; Roberto Rodrigues de Oliveira, vice-presidente do Sindicato dos procuradores da Fazenda Nacional; e André Almeida Garcia, diretor da Associação dos Advogados de São Paulo.
Confira aqui a Carta de São Paulo, com os encaminhamentos do Encontro
Pela Assessoria de Imprensa da OAB-SP
Evento da ENA debate compliance e esforços anticorrupção na América Latina
Um debate sobre as práticas de compliance e a evolução dos esforços contra a corrupção em diversos países da América Latina foram abordados durante um evento promovido pela Escola Nacional de Advocacia (ENA), nesta terça-feira (10), na sede da OAB nacional. A palestra de abertura foi feita pelo diretor regional da Kroll para a América Latina, Recaredo Romero, especialista internacional em gestão de risco.
A ação reforça a atuação inovadora da atual gestão da ENA, com a realização de eventos e seminários com a participação de renomados especialistas estrangeiros, com objetivo de debater novas técnicas e discutir inovações na prática da advocacia. O diretor-geral da ENA, Ronnie Preuss Duarte, enfatizou a importância do tema para a qualificação de estudantes e também de profissionais da área, sendo um assunto que abrange o setor público e também o setor empresarial.
“O mundo inteiro volta o seu olhar para os esforços na área de governança e compliance, sendo um dos tópicos mais relevantes no momento. É extremamente interessante aproveitarmos a presença e o debate com especialistas qualificados na matéria. A ENA vem se apresentando na vanguarda das discussões dos temas importantes para a advocacia”, afirmou Ronnie Preuss Duarte.
O diretor regional da Kroll para a América Latina, Recaredo Romero, compartilhou perspectivas e traçou um diagnóstico do compliance na América Latina, destacando os desafios exigidos pela medida e os esforços já realizados no combate a corrupção dentro dos governos e das empresas. Foram apresentados exemplos de países como o Brasil, México, Argentina, Peru, Colômbia e Chile. Ele explicou que o surgimento de novas leis contra a corrupção e o suborno são uma forte demanda da sociedade e que houve, nos últimos anos, enorme pressão popular por respostas contra a corrupção nessas nações.
Recaredo explicou ainda que a participação dos países da região em acordos e a assinatura de convenções anticorrupção influenciaram na criação de leis e na preocupação em manter um ambiente de negócios pautado por programas de integridade. “Houve um enorme progresso nas legislações anticorrupção e isso é importante, demonstra que a região está caminhando na direção correta, mas é preciso continuar perseguindo esse tipo de desenvolvimento. Entendo como elementos fundamentais nesse processo a avalição de riscos, mecanismos internos (em empresas ou no setor público) que permitam a comunicação de crimes ou irregularidades, além da realização de treinamento aos agentes”, afirmou.
Os debates do evento contaram ainda com a participação do sócio líder da empresa Deloitte, Edson Cedraz; da advogada especialista na área de compliance, Isabel Franco e do coordenador de relações internacionais da ENA, Bruno Barata. A solenidade de abertura do evento contou também com a presença do presidente da OAB-DF, Délio Lins e Silva, e do conselheiro federal Rodrigo Badaró.
XXIX Exame de Ordem: confira o resultado preliminar da 2ª fase
Brasília – Examinandos e examinandas já podem conferir o resultado preliminar da 2ª fase (prova prático-profissional) e o padrão de respostas definitivo do XXIX Exame de Ordem Unificado. O resultado foi divulgado nesta terça-feira (10).
Clique aqui para conferir o resultado preliminar da segunda fase
Clique aqui para acessar a consulta individual ao resultado
Os examinandos terão três dias para a interposição de
recursos contra o resultado preliminar da prova prático-profissional. O prazo
começa às 12h do dia 11 de setembro de 2019 e vai até as 12h do dia 14 de
setembro de 2019, observado o horário oficial de Brasília (DF).
Para recorrer, os candidatos deverão utilizar exclusivamente o Sistema Eletrônico de Interposição de Recursos, que fica no site da Fundação Getulio Vargas (FGV). As decisões dos recursos e o resultado final será divulgado no dia 24 de setembro de 2019.
A aprovação no Exame de Ordem é requisito necessário para a inscrição nos quadros da OAB como advogado. O Exame de Ordem pode ser prestado por bacharel em Direito, ainda que pendente apenas a sua colação de grau, formado em instituição regularmente credenciada. Poderão realizá-lo os estudantes de Direito do último ano do curso de graduação em Direito ou dos dois últimos semestres.
OAB participa da posse de novos conselheiros do CNJ
O presidente do Fundo de Integração e Desenvolvimento Assistencial dos Advogados (FIDA), Felipe Sarmento, representou o Conselho Federal da OAB na posse de Rubens Canuto e Candice Lavocat como membros do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A solenidade aconteceu na manhã desta terça-feira (10), no Salão de Recepções do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
“A OAB recebe com alegria e esperança as alvissareiras indicações de Rubens Canuto e Candice Lavocat ao CNJ, dois grandes magistrados que certamente honrarão o colegiado e que respeitam as prerrogativas profissionais da advocacia. Fazemos votos de um excelente mandato para ambos”, apontou Sarmento.
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do CNJ, ministro Dias Toffoli, fez a leitura dos currículos dos empossados e destacou que “é necessário construir pontes por meio de análises críticas e soluções dialogadas, que conduzam o país à conquista da paz social pela solução de conflitos, pela garantia do acesso à justiça e pelo exercício da cidadania”.
Além de Sarmento e Toffoli, compuseram a mesa de honra o presidente do STJ, ministro João Otávio de Noronha; o vice procurador-geral da República, Luciano Mariz Maia; e o secretário-geral do CNJ, Carlos Vieira von Adamek.