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Artigo do presidente: Ao lado da advocacia, onde ela estiver
Brasília - O portal jurídico Migalhas publicou nesta segunda-feira (22), artigo do presidente nacional da OAB, Claudio Lamachia, sobre a atuação da entidade na defesa das prerrogativas da advocacia. Confira:
Ao lado da advocacia, onde ela estiver
Por Claudio Lamachia, advogado e presidente nacional da OAB
A defesa das prerrogativas da advocacia não tem dia, hora ou local para acontecer. Por isso o tema é tratado pela OAB como prioridade. Foi assim, por exemplo, com alguns dos casos emblemáticos que atuamos ao longo desses seis meses de gestão.
Buscamos estar cada vez mais próximos da advocacia brasileira, garantindo de maneira intransigente que nenhum advogado tenha sua integridade física ou moral ameaçada em função de sua atividade profissional. Não teremos uma sociedade livre, justa, igualitária e democrática se as prerrogativas dos advogados não forem respeitadas. Aliás, as prerrogativas não são meros direitos, mas sim a garantia de que o advogado pode exercer sua profissão sob qualquer situação. Elas são sagradas, absolutas, e delas não se pode abrir mão.
Para efetivamente envolver no debate a sociedade e todos os operadores do Direito, o Conselho Federal e a Comissão Nacional de Defesa das Prerrogativas, em junho, organizou o Encontro Nacional de Defesa das Prerrogativas, na sede da OAB, em Brasília. Na ocasião, advogados, magistrados, ministros, membros do CNJ, corregedores e outros agentes da Justiça ouviram e debateram as situações narradas pelos dirigentes de Prerrogativas das 27 Seccionais da Ordem. Para nós, este diálogo é fundamental no avanço da luta pelo respeito às prerrogativas.
Agora, em agosto, lançamos a Caravana das Prerrogativas, que cruzará o Brasil atuando de maneira ativa e preventiva em casos de desrespeito à atuação profissional. Ela é o complemento fundamental de uma ação que vem sendo realizada de maneira diuturna pela Comissão Nacional de Defesa das Prerrogativas, presidida pelo conselheiro federal pelo estado do Pará Jarbas Vasconcelos, e pela Procuradoria Nacional de Defesa das Prerrogativas, coordenada pelo procurador nacional e conselheiro pelo estado do Maranhão Charles Dias.
Participei pessoalmente do lançamento da Caravana, em Londrina/PR, e acompanhei boa parte de sua jornada até agora. Além disso, pude acompanhar de perto alguns casos emblemáticos de violações, atuando na defesa dos colegas ofendidos e buscando a punição de quem praticou o desrespeito. Foram inúmeras audiências, reuniões e encontros com autoridades para agilidade e qualidade nas investigações.
Além da presença física da OAB e da efetiva participação e conhecimento dos colegas das ações da entidade, estamos finalizando uma ferramenta que permitirá a denúncia imediata de qualquer ato de violação de prerrogativas. Um aplicativo que, além de monitoramento, permitirá que haja um mapeamento completo dos principais atos promovidos contra a advocacia, dando condições para que a atuação da OAB seja cada vez mais qualificada.
A OAB está ao lado da advocacia brasileira quando ela mais precisa e não medirá esforços para que a violação das prerrogativas seja, em breve, criminalizada.
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“O Judiciário é responsável pela não aplicação do Código de Defesa do Consumidor”, diz presidente de comissão
Brasília - A presidente da Comissão Especial de Defesa do Consumidor, Marié Miranda, criticou a postura que magistrados têm adotado ao tratar casos relacionados a danos morais. Ela falou a respeito de planos que a OAB tem feito para atuar nesse sentido com o objetivo de mobilizar a sociedade sobre o tema. Na semana passada, o presidente nacional da OAB, Claudio Lamachia, lançou a campanha Mero Aborrecimento Tem Valor. A campanha é uma iniciativa da Comissão Especial de Defesa do Consumidor e foi anunciada em Alagoas.
Na ocasião, Lamachia destacou a preocupação da Ordem de cuidar da preservação dos direitos do cidadão frente aos abusos do poder público ou econômico. “Com este propósito lançamos a campanha #meroaborrecimentotemvalor, que aborda os casos em que o cidadão ingressou com ação civil na Justiça e teve o pedido negado sob a justificativa de que se tratava de mero aborrecimento”, disse Lamachia. “O objetivo é fazer um levantamento das sentenças que foram fundamentadas na tese do ‘mero aborrecimento’ como excludente de responsabilidade civil, além de servir de base para estudos aprofundados acerca dessa teoria”, acrescentou ele.
Marié afirmou que ao adotar tal postura, a Justiça contribui para que empresas desobedeçam o Código de Defesa do Consumidor. “O Poder Judiciário é responsável pela não aplicabilidade do código de Defesa do Consumidor pelas empresas e prestadoras de serviços porque quando eles banalizam a reivindicação do consumidor, do jurisdicionado, eles estão beneficiando as empresas”, criticou ela. “É um incentivo à desobediência ao código porque em 26 anos em que o código vigora as empresas não modificaram sua forma de agir”, disse Marié.
A presidente da Comissão Especial de Defesa do Consumidor conta que atua na área de desde que o Código de Defesa do Consumidor começou a vigorar e diz que o panorama só piora. “A situação hoje está mais grave do que era naquela época. Foi mais fácil naquela época conscientizar o consumidor, porque era uma matéria nova, era uma matéria cidadã, do que agora”, afirmou ela.
Setembro
Sancionado no dia 11 de setembro de 1990, o Código de Defesa do Consumidor será agora a inspiração de uma ação conjunta que visa justamente denunciar o descaso de alguns magistrados em ações que cobram danos morais. A alegação desses magistrados é a existência de uma ‘indústria do dano moral’. Entretanto, Marié diz que essa postura é dúbia quando se verificam os resultados de algumas ações.
“Quando se trata de um magistrado o dano moral dele vai lá para cima. Houve um caso de que tivemos notícia em que uma juíza deu uma indenização de R$ 1,50 de danos morais. Pois tempos depois ela passou pelo mesmo constrangimento e um colega deu uma sentença no valor de R$ 60 mil. Para eles há o dano, mas quando é para o jurisdicionado comum eles chamam de ‘indústria do dano moral’. Na verdade, a indústria está sendo criada por eles para favorecer as empresas prestadoras de serviço”, afirmou ela.
Ela diz que em setembro haverá uma grande mobilização conjunta para denunciar as sentenças de valor irrisório. "Estamos fazendo uma coleta de decisões no Brasil inteiro através das comissões das seccionais. Vamos juntar essas sentenças que consideramos imorais e devemos levá-las ao CNJ com a presença do presidente Lamachia. São decisões absurdas porque para alguns existe o dano moral e para outras não. Para eles têm valor, mas para o jurisdicionado comum não tem”.
Além disso, no mês de setembro, que é o mês do Código de Defesa do Consumidor, o plano é mobilizar as seccionais em todos os estados para que numa data a ser definida sejam feitas visitas às turmas recursais, aos fóruns e aos juizados especiais. “No mesmo dia o Brasil inteiro fazendo esse trabalho. Vamos com os adesivos com o símbolo da campanha. Não vamos fazer nenhum comentário, não falaremos com os juízes. Apenas nos faremos presentes e mostrar a eles nossa insatisfação”, explicou Marié.