Data da Publicação: 6 de janeiro de 2016 às 13h52
Brasília – Encaminhando-se para seu último ano de mandato como presidente dos Estados Unidos, Barack Obama anunciou nesta terça-feira um programa para tentar reduzir o número de tragédias com armas de fogo no país. As medidas, na verdade, mudam pouca coisa, mas estão no limite do que o mandatário pode fazer sem o apoio do Congresso, dominado atualmente pelo Partido Republicano, que é historicamente contrário ao controle do acesso a armamentos nos EUA. A iniciativa de Obama tem como objetivo dificultar a venda de armas para pessoas com antecedentes criminais ou doenças mentais e não se trata de uma nova lei, mas sim da "clarificação" de uma já existente sobre os chamados "backgrounds checks", os controles de antecedentes dos interessados em adquirir armas de fogo. Atualmente, essa investigação deve ser feita apenas por lojas físicas, já que uma ambiguidade na legislação vigente permite que comerciantes que vendem armas em feiras e páginas na internet escapem dessa obrigação. A partir de agora, todos terão de cumprir a norma e obter uma licença para operar nesse mercado. "Um estudo recente descobriu que uma em cada 30 pessoas que querem comprar armas em um website possui histórico criminal", declarou Obama. O presidente anunciou as medidas logo após o discurso de uma representante das vítimas do tiroteio na escola Sandy Hook, em Connecticut, que ocorreu em dezembro de 2012 e deixou 27 mortos, incluindo 20 crianças e o próprio atirador, Adam Lanza, de 20 anos. "Hoje não estamos aqui para reagir a um massacre causado por armas, mas para fazer alguma coisa para evitar o próximo", disse o líder, que chorou ao lembrar da tragédia. Segundo Obama, mais de 30.000 americanos morrem todos os anos em incidentes envolvendo armas de fogo. "Nós somos o único país desenvolvido na Terra que vê esse tipo de violência em massa acontecer com tanta frequência", ressaltou. Além disso, Obama acusou o lobby da indústria armamentista de fazer o Congresso de refém. "O lobby das armas pode ter o Congresso como refém, mas não pode ter a América", afirmou. Seu plano também prevê a melhora dos tratamentos de doenças mentais e sua interligação com o sistema de "background check", além do incremento nas equipes de verificação técnica do FBI, a polícia federal americana. Fonte: Veja